sábado, 21 de dezembro de 2013

Brasil ganha seu primeiro curso online, gratuito e em massa de Humanas
O portal de educação Veduca lançou na quarta-feira, 18, o primeiro Mooc (sigla em inglês para curso online, gratuito e em larga escala) brasileiro na área de Humanas: o curso de Ciência Política do professor Clóvis de Barros Filho, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Veja aqui o portal Veduca

No próximo semestre, outro curso gratuito com Barros Filho deve ser lançado: o Mooc de Ética, também ministrado na ECA-USP. A plataforma anunciou ainda uma parceria com a Fundação Lemann para mais dois cursos dessa modalidade, também no primeiro semestre: o Mooc de "Fundamentos da administração", com a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e o curso de Eletromagnetismo da professora Lara Kühl Teles, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
O Mooc de Ciência Política, lançado nessa quarta, já está disponível no sitewww.veduca.com.br. Ele está dividido em oito videoaulas, com quizzes e exercícios ao final de cada módulo e indicação de bibliografia e leituras complementares. As videoaulas foram gravadas no primeiro semestre de 2013, no curso de graduação em Relações Públicas da ECA-USP.
Segundo a curadora do Veduca, Luciene Antunes, o professor foi convidado após a equipe assistir a uma entrevista dele sobre ao tema felicidade. "Depois de ver esse depoimento nós o convidamos e soubemos que o Mooc estava mais fácil de acontecer do que pensávamos, porque ele grava todas as suas aulas e palestras e tem um grande acervo em vídeo. Adaptamos o Mooc em cima desse conteúdo."
Segundo o professor, a iniciativa de gravar as aulas partiu dele na USP. "Há muita oferta de Moocs de Humanas na Web, mas, aqui no Brasil, é mais difícil ter esse tipo de aula porque é uma iniciativa muito pessoal dos professores. Essa ideia de filmar as aulas é minha, não tive incentivo institucional para essa iniciativa".
Reflexão. Barros filho explica que conseguirá acompanhar o Mooc de Ciência Política quem tiver conhecimento equivalente ao do ensino médio. "As aulas cuidam de uma reflexão sobre o poder, sobre dominação, sobre ideologia e sobre as instituições políticas do País, com ênfase para os partidos políticos e para os poderes do Estado", explica.
Além das videoaulas os alunos terão um caderno virtual para anotações pessoais e ferramentas para interagir com outros estudantes, como o fórum de discussão.
Quem quiser receber um certificado do curso poderá fazer uma prova presencial. As datas e locais ainda serão informados. Para realizar a prova, não há pré-requisitos de escolaridade - qualquer pessoa pode se inscrever.
Fonte; ESTADÂO

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

YouTubeEDU, 8 mil videoaulas gratuitas em português


Mais uma boa dica para usar a internet a seu favor nos estudos: o YouTube lançou, na semana passada, uma plataforma que reúne cerca de 8 mil videoaulas gratuitas, todas em português. O YouTube EDU é uma parceria com a Fundação Lemann e todo o conteúdo passou por um processo de curadoria feito por uma equipe de 16 professores para garantir a precisão das informações exibidas nos vídeos.
Por enquanto, os conteúdos disponíveis são voltados para o Ensino Médio e englobam as disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática, Química, Física e Biologia. Cada canal é dividido em subcategorias. Biologia, por exemplo, tem as seções Seres Vivos, Genética, Origem e Evolução da Vida, Saúde e Ecologia. O YouTube EDU será constantemente atualizado com novos vídeos e, em breve, incluirá também conteúdos do Ensino Fundamental e Superior. Bom apetite!
PARA ACESSAR o CANAL, CLIQUE AQUI.

YouTube/EDU - Conheça a história do projeto
 
Fonte: Guia do Estudante.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

"EU MAIOR" Documentário Nacional. Assista na integra aqui




"EU MAIOR" é um filme lançado em 21/11/2013, que traz reflexões contemporâneas sobre autoconhecimento e busca da felicidade. O filme Doc. é uma Produção Nacional, onde foram entrevistados trinta personalidades, incluindo líderes espirituais, intelectuais, artistas e esportistas. Assista o filme "EU MAIOR" na integra aqui.





Mais informações no www.eumaior.com.br.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Santo Agostinho – O declínio do Império Romano (filme completo e legendado)


FICHA TÉCNICA
Gênero: Drama

Ano de Lançamento: 2010
Qualidade: DVDRip
Formato: Avi
Áudio: Português & Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 851 mb
Download: MegaUpload, FileServe, HotFile
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Sinopse: Em 430 DC, a cidade sitiada de Hippo, o bispo de setenta anos Augustino conta a Jovinus, capitão da guarda romana, a estória de como sua mãe Cristã, Mônica, o salvou. Nascido na cidade norte africana de Tagaste, Augustino estudou em Cártago, se tornando realizado mas dissoluto orador. Após se converter para o Maniqueísmo, uma religião livre de culpa, ele foi chamado para a corte imperial em Milão para servir como oponente do Bispo Cristão Ambrose. Mas quando a imperatriz Justina envia guardas imperiais para liberar uma basílica onde a própria mãe de Augustino está rezando, ele é vencido para o Cristianismo. De volta em Hippo, Augustino implora ao cerco Romano para negociar com o Rei Vândalo, Genseric, mas ele orgulhosamente recusa. Nesse ponto, ele também, abrindo mão de uma oportunidade para escapar em um navio enviado pelo Papa para resgatá-lo, ele fica ao lado de seu povo.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Veja os Vídeos:  II SEMINÁRIO SOBRE O ENSINO DE FILOSOFIA: Reflexões e Desafios


Veja os vídeos do II SEMINÁRIO SOBRE O ENSINO DE FILOSOFIA: Reflexões e Desafios, que  foi realizado no dia 05 de Outubro de 2013 no Centro de Formação de Professores-CFP/UFRB.  
Segundo seus organizadores, o Seminário teve como objetivo “promover um diálogo filosófico e ao mesmo tempo fomentar a troca de experiências entre os profissionais que lidam com a filosofia e seu ensino”.

O evento foi organizado por alunos do curso de filosofia do Centro de Formação de Professores-CFP/UFRB, sob a coordenado do Professor Ricardo Henrique Andrade.
















Fonte/Videos;New Brutality Produções

domingo, 10 de novembro de 2013

Vídeo aulas grátis ensinam a fazer TCC e teses

Aprenda a  fazer TCC e teses como estes vídeos gratuitos.   VIA -CANAL DO ENSINO
Atentos a uma das principais dificuldades que alunos de graduação e pesquisadores de pós-graduação têm no decorrer dos cursos: a elaboração do trabalho de pesquisa de conclusão, professores de algumas instituições como a FGV (Fundação Getulio Vargas),  Unifesp (Universidade Federal de São Paulo ) e UniSantos (Universidade Federal de São Paulo) resolveram disponibilizar uma série de videoaulas abertas sobre o assunto na internet.
Ofertadas gratuitamente, as aulas ajudam os acadêmicos na elaboração de trabalhos de conclusão de curso (TCC), monografias, dissertações e até teses de doutorado.  Nos vídeos sobre a confecção demonografias, por exemplo, o professor Fábio Maiomone, da UniSantos, oferece todo o conteúdo quase em um formato de curso modular. Ele explica, passo a passo, cada uma das partes que compõem uma monografia (título, justificativa, objetivos, referências etc). Todas as videoaulas foram produzidas pelos próprios professores e foram disponibilizadas no YouTube.
Para facilitar a vida do formando e do pós-graduando, o Porvir resolveu mapear além das videoaulas, uma série de materiais adicionais gratuitos que podem ser consultados e até baixados. Confira a listagem completa a seguir:
TCC (Trabalho de conclusão de curso de graduação)
Instrutor: professor José Carlos Abreu (Fundação Getúlio Vargas)

Material adicional gratuito para consulta:

MONOGRAFIA (de Graduação ou de Especialização)
Instrutor: professor Fábio Maiomone (Universidade Católica de Santos)

Material adicional gratuito para download:

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Instrutor: professor Alexandre Barros (Cientista Político)

Material adicional gratuito para download:

TESE DE DOUTORADO
Instrutor: professor João Luiz Azevedo (Unifesp)

Material adicional gratuito para download:

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Por Davi Lira, do PorVir

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Estudantes da Rede Municipal de ensino de Amargosa participam do IV Seminário de Surdos na cidade de Ipiaú.
               

No ultimo dia 25 de outubro, a Secretaria Municipal de Educação de Amargosa deu mais uma demonstração de respeito e responsabilidade para com os seus alunos por meio da SUPERVISÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. Professores, juntamente com alunos portadores de deficiência auditiva e seus familiares, participaram do IV SEMINÁRIO DE SURDOS (Literatura Surda), realizado pelos profissionais do Centro de Apoio Pedagógico ( CAPI ) na Cidade de IPIAÚ-BA.

O evento focou como objetivo principal, a utilização das narrativas de literatura surda para que as mesmas contribuam com a inserção dos alunos não ouvintes,no mundo, como formadores e propagadores de sua cultura.Esse evento teve também como propósito uma reflexão sobre a importância dessa literatura no processo de formação identitária e cultural do povo surdo.

Além disso, o seminário oportunizou a integração dos alunos surdos na discussão e reflexão da supracitada temática, de modo a possibilitá-los uma valorização como cidadãos pertencentes a uma comunidade possuidora de cultura singular, e também uma percepção de que por meio da produção literária e de artefatos culturais eles podem reconhecer e propagar a sua cultura. Pois como diz Karin Strobel:
                


"A Literatura Surda refere-se ás várias experiências pessoais do povo surdo que, muitas vezes, expõem as dificuldades e vitórias das expressões ouvintes, de como se saem em diversas situações inesperadas, testemunhando as ações de grandes líderes e militantes surdos, e sobre a valorização de suas identidades surdas".

O evento foi de fundamental importância pela possibilidade dos alunos surdos poderem interagir uns com os outros, de poderem ter contato direto com palestrantes surdos, de assistirem a filmes e peças teatrais com personagens e atores surdos e de poderem perceber a diferença e, ao mesmo tempo, as relações existentes entre as salas de aulas regulares Inclusivas e as salas de aulas Bilíngues.

- Agradecemos por contar com a participação e apoio de Luciane Costa, Hildineia Araujo, Mariza ( Intérprete de Libras do Município de Amargosa) e, com o generoso e responsável motorista, Sr. Paulino que trabalha junto a Educação Especial.

Por:
Edson Melo dos Santos
Supervisor da Educação Especial do Município de Amargosa.

via AscomPMA
AO VIVO Entrevista com a Prefeita Karina Silva site da Rádio AM 680


Hoje entrevista com a Prefeita de Amargosa, Karina Silva, na Rádio Clube AM 680, dentro do Programa Cidade Alerta, que vai ao ar às 12:10 h, sob o comando de Humberto Carlos.

Segundo a Ascom PMA, "Na pauta: Melhorias para Amargosa, Segurança Pública, Estradas, Configuração Política, Eleições e muito mais."
Sintonize e ouça na Rádio Clube AM 680 e confira esta entrevista exclusiva ou Aqui no link da Rádio AO VIVO

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Profº da UFRJ Francisco Carlos Teixeira desiste da GloboNews por criminalização de movimento social
Para professor da UFRJ, “o jornalismo se esqueceu de narrar a violência cotidiana dentro de trens, ônibus, repartições públicas, hospitais e escolas contra a população trabalhadora do país” 
foto/ reprodução Globo News

Francisco Carlos Teixeira, professor de História Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desistiu da GloboNews, de quem era colaborador. “Eu não posso aceitar e eu não posso estar presente em num processo onde há uma criminalização do movimento social”, afirmou o docente. A declaração foi dada ao programa PCOTV, do Partido da Causa Operária (PCO).
Para Teixeira, “acusação de baderna e vandalismo ela é política, moral e penal, porque na verdade vandalismo é um artigo da Lei 9.072, que está incorporado ao Código Penal”. Portanto, para o professor há uma tentativa de criminalizar o Black Block e esse serviço “não cabe ao jornalista fazer.”
O professor condena a lógica de narração dos fatos da mídia, e aponta erros na cobertertura jornalística. “O jornalismo se esqueceu de narrar a violência cotidiana dentro de trens, ônibus, repartições públicas, hospitais e escolas contra a população trabalhadora do país.”

OUÇA A ENTREVISTA  


FONTE: REVISTA FORUM

domingo, 27 de outubro de 2013

📹 'MEU AMIGO NIETZSCHE', CURTA METRAGEM DE FAUSTON DA SILVA


Assista aqui o Filme curta metragem nacional "Meu amigo Nietzsche", o filme  foi gravado totalmente na Cidade Estrutural - periferia de Brasília. Conta história de um garoto que encontra no lixão daquela cidade um livro de Nietzsche que faz mudar tudo em sua vida
Veja também uma das críticas ao filme, onde o internauta diz; "Mensagem" Petista de doutrinação ideológica - "Meu amigo Nietzsche"...Este tipo de mensagem é muito séria pois prega para crianças o Nietzschismo e o Marxismo como uma espécie de "Salvação transcendente". 

sábado, 26 de outubro de 2013

Luiz Eduardo Soares "O Brasil tem que acabar com as PMs"
Uma das maiores autoridades do País em segurança pública, o professor diz que a transição democrática precisa chegar à polícia
por Wilson Aquino e Michel Alecrim

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PESQUISA 
“A massa policial está insatisfeita. Mais de 70% das 
polícias consideram o modelo atual equivocado”, diz ele

Doutor em antropologia, filosofia e ciências políticas, além de professor e autor de 20 livros, Luiz Eduardo Soares é conhecido, mesmo, por duas obras: “A Elite da Tropa 1 e 2”, que inspiraram dois dos maiores sucessos de bilheteria do cinema nacional: “Tropa de Elite 1 e 2”. Considerado um dos maiores especialistas brasileiros em segurança, Soares, 59 anos, travou polêmicas em suas experiências na administração pública. Foi coordenador estadual de Segurança, Justiça e Cidadania do Rio de Janeiro entre 1999 e 2000, no governo Antony Garotinho, e Secretário Nacional de Segurança do governo Lula, em 2003. Bateu de frente com os dois e foi demitido. Nos últimos 15 anos, dedicou-se, junto com outros cientistas sociais, à elaboração de um projeto para modificar a arquitetura institucional da segurança pública brasileira, que, no entender do professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), passa necessariamente pela desmilitarização das polícias e o fim da PM – como gritam manifestantes em passeatas. O trabalho virou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 51, apresentada no Congresso Nacional pelo senador Lindbergh Faria (PT-RJ).
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"A PM vê o manifestante como inimigo. Para a grande massa, a 
polícia tem um comportamento abusivo, violador, racista, brutal”


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“A resistência de Geraldo Alckmin em enfrentar a brutalidade letal da
polícia está no coração da dinâmica terrível de ascensão do PCC" 
ISTOÉ -
Por que o sr. defende a desmilitarização da polícia? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Porque já passou da hora de estender a transição democrática à segurança pública. A Polícia Militar é mais do que uma herança da ditadura, é a pata da ditadura plantada com suas garras no coração da democracia. A polícia é uma instituição central para a democracia. E é preciso que haja um projeto democrático de reforma das polícias comprometido com o novo Brasil, com a nova etapa que a sociedade está vivendo. O Brasil tem que acabar com as PMs. 
ISTOÉ -
Deixar de ser militar torna a polícia mais democrática? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
A cultura militar é muito problemática para a democracia porque ela traz consigo a ideia da guerra e do inimigo. A polícia, por definição, não faz a guerra e não defende a soberania nacional. O novo modelo de polícia tem que defender a cidadania e garantir direitos, impedindo que haja violações às leis. Ao atender à cidadania, a polícia se torna democrática. 
ISTOÉ -
Mas o comportamento da polícia seria diferente nas manifestações se a polícia não fosse militar? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Se a concepção policial não fosse a guerra, teríamos mais chances. Assim como a PM vê o manifestante como inimigo, a população vê o braço policial do Estado que lhe é mais próximo, porque está na esquina da sua casa, como grande fonte de ameaça. Então, esse colapso da representação política nas ruas não tem a ver apenas com corrupção política nem com incompetência política ou falta de compromisso dos políticos e autoridades com as grandes causas sociais. Tem a ver também com o cinismo que impera lá na base da relação do Estado com a sociedade, que se dá pelo policial uniformizado na esquina. É a face mais tangível do Estado para a grande massa da população e, em geral, tem um comportamento abusivo, violador, racista, preconceituoso, brutal.
ISTOÉ -
Mas no confronto com traficantes, por exemplo, o policial se vê no meio de uma guerra, não é? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Correto. Mas esses combates bélicos correspondem a 1% das ações policiais no Brasil. Não se pode organizar 99% de atividades para atender a 1% das ações. 
ISTOÉ -
Como desmilitarizar uma instituição de 200 anos, como a PM do Rio? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Setenta por cento dos soldados, cabos, sargentos e subtenentes querem a desmilitarização e a mudança de modelo. Entre os oficiais, o placar é mais apertado: 54%. Mas a desmilitarização não é instantânea. Precisa de um prazo que vai de cinco a seis anos e que depois pode se estender. É um processo muito longo, que exige muita cautela, evitando precipitações e preservando direitos. 
ISTOÉ -
Como poderia ser organizada uma nova polícia? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Os Estados é que vão decidir que tipos de polícia vão formar. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 51 define dois critérios de organização: territorial e de tipo criminal. Isso porque a realidade do Brasil é muito diversa. O melhor modelo policial para o Amazonas não precisa ser o do Rio. São realidades demográficas, sociológicas, topográficas e geográficas distintas. 
ISTOÉ -
Como funcionaria o modelo territorial? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Seriam corporações com circunscrição dentro dos municípios, regiões metropolitanas, distritos e o próprio Estado. Poderíamos ter polícia municipal ou na capital, o Estado é que definirá. São Paulo, por exemplo, tem tantas regiões distintas, com características diversas, que poderia ter várias polícias. Essa seria uma possibilidade. Muitos países têm polícias pequenas a partir de certas circunscrições. Então poderíamos ter desde uma polícia só, porque a unificação das polícias é possível, até várias dentro do mesmo Estado. 
ISTOÉ -
E o tipo criminal? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Teríamos uma polícia só para crime organizado, outra só para delitos de pequeno potencial ofensivo. Mas todas são polícias de ciclo completo, fazem investigação e trabalho ostensivo. Poderia ter polícia esta-dual unificada para delitos mais graves, que não envolvam crime organizado. E pode ter uma polícia pequena só para crime organizado, como se fosse uma Polícia Federal do Estado. São muitas possibilidades. 
ISTOÉ -
Como fica a União? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Poderia ter atuação destacada na educação policial. No Rio, para ingressar na UPP o policial é treinado em um mês. Em outros Estados, são oito meses. O Brasil é uma babel. Tem algo errado. Tem que ter regras básicas universais. Na polícia, a bagunça, a desordem e a irresponsabilidade nacional, consagradas nesse modelo, são de tal ordem que formamos policiais em um mês, que têm o mesmo título de outro profissional formado em um ano. É necessário que haja um Conselho Federal de Educação Policial, como existe Conselho Federal de Educação. E o Conselho tinha que estar subordinado ao Ministério da Educação, não no da Justiça. 
ISTOÉ -
Os policiais foram consultados sobre esses novos modelos? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Fiz uma pesquisa sobre opinião policial, junto com os cientistas sociais Silvia Ramos e Marcos Rolim. Ouvimos 64.120 profissionais da segurança pública no Brasil todo. Policiais, guardas municipais, agentes penitenciários. A massa policial está insatisfeita, se sente alvo de discriminação, de preconceito, recebe salários indignos, se sente abusada, sente os direitos humanos desrespeitados. Mais de 70% de todas as polícias consideram esse modelo policial completamente equivocado, um obstáculo à eficiência. E os militares se sentem agredidos, humilhados, maltratados pelos oficiais. Acham que os regimentos disciplinares são inconstitucionais. Pode-se prender sem que haja direito à defesa, até por um coturno sujo! 
ISTOÉ -
Mas isso não ajuda a manter a disciplina? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
De jeito nenhum. Mesmo com toda essa arbitrariedade não se evita a corrupção e a brutalidade. Estamos no pior dos mundos: policiais maltratados, mal pagos, se sentindo desrespeitados, não funcionando bem. E a população se sentindo mal com essa problemática toda. E os números são absurdos: 50 mil homicídios dolosos por ano e, desses, em média, apenas 8% de casos desvendados com sucesso. Ou seja: 92% dos crimes mais graves não são nem sequer investigados.  
ISTOÉ -
É o país da impunidade? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Somente em relação ao homicídio doloso. Estamos longe de ser o país da impunidade. O Brasil tem a quarta população carcerária do mundo. Temos 550 mil presos, eram 140 mil em 1995. 
ISTOÉ -
O que mais é necessário para democratizar a segurança pública? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Precisamos de uma polícia de ciclo completo, que faça o patrulhamento ostensivo e o trabalho investigativo. Hoje temos duas polícias (civil e militar), e cada uma faz metade do serviço. Nosso modelo policial é uma invenção brasileira que não deu certo. Até porque quando você vai à rua só para prender no flagrante, talvez esteja perdendo o mais importante. Pega o peixe pequeno e perde o tubarão. Tem que ter integração. O policiamento ostensivo e a investigação se complementam.  
ISTOÉ -
O que mais é importante?  
LUIZ EDUARDO SOARES -
 É fundamental o estabelecimento de carreira única. Em qualquer polícia do mundo, se você entra na porteira pode vir a comandar a instituição, menos no Brasil. Hoje temos nas instituições estaduais quatro polícias de verdade. Na PM são os praças e oficiais. Na civil, delegados e agentes. São mundos à parte. Você nunca vai ascender, mesmo que faça o melhor trabalho do mundo, sendo praça. Mas para quem entra na Escola de Oficiais, o céu é o limite. Isso gera animosidades internas. Isso separa, gera hostilidade. E esse modelo tem que acabar na polícia. Isso é o pleito da massa policial.
ISTOÉ -
O sr. foi secretário de Segurança e não fez as reformas. Por quê? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Por causa da camisa de força constitucional. Não podíamos mudar as polícias. Mas dentro dos arranjos possíveis fizemos o projeto das Delegacias Legais, que é uma das únicas políticas públicas do Brasil a atravessar governos de adversários políticos. São 15 anos desse projeto, apesar da resistência monstruosa que enfrentei. Fui demitido pelo (Anthony) Garotinho porque entrei em confronto com a banda podre da polícia. Após minha queda, policiais festejavam e o novo chefe de polícia dizia: agora estamos livres para trabalhar. Foi uma explosão de autos de resistência. 
ISTOÉ -
O crescimento do PCC se deve ao modelo policial vigente? 
LUIZ EDUARDO SOARES -
Acho que a resistência do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) em enfrentar a brutalidade letal da polícia, sua dificuldade em enfrentar a banda podre, de confrontar a máquina de morte, com a bênção de setores da Justiça e do Ministério Público, está no coração da dinâmica terrível de ascensão do PCC. Durante os primeiros anos, o PCC foi um instrumento de defesa dos presos, de organização que falava em nome da legalidade que era desrespeitada pelo Estado. Depois se dissociou das finalidades iniciais. Como já existia como máquina, poderia servir a outros propósitos, inclusive criminais. E foi o que começou a acontecer. O PCC deixou de ser instrumento de defesa para ser de ataque. Aí eles começaram a funcionar como uma organização criminosa. 


Fonte: ISTOÉ

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