sexta-feira, 31 de outubro de 2014

sábado, 25 de outubro de 2014

"Dupla herança" sobre as eleições de 2014  por Eduardo Giannetti - Folha de S.Paulo

Democracia e mercado são sistemas de registro e processamento de preferências. Ao votar no candidato X ou comprar o produto Z, o indivíduo expressa a sua preferência e decide, com os demais, o destino de X e Z. A diferença básica está no método de agregação das escolhas.

Se 50% + 1 dos votos válidos forem dados a X para presidente, então todos terão que aceitá-lo no cargo durante o mandato, tendo ou não votado nele. Aos que optaram por votar em Y, anular ou se abster-mesmo sendo a maioria só restará enfiar a viola no saco, aderir ou fazer oposição.

Com o mercado é diferente. Se 90% dos consumidores deseja, por exemplo, comprar Z, paciência. No entanto, isso não obriga os demais a adquirir o mesmo bem. Eles podem ainda perfeitamente escolher, entre inúmeros de outros itens, como desejam gastar o seu orçamento. (Se W não tiver um mínimo de votos dos consumidores, ele desaparece do mercado).

Tanto o voto do eleitor como o gasto do consumidor expressa escolhas individuais. Cada um se informa como pode sobre as alternativas e decide por si o que fazer. A diferença está na agregação das preferências. No processo político ao contrário do econômico a decisão final é coletiva. Uma vez tomada, vale para todos ninguém escapa.

Candidatos a presidente, é claro, não são artigos de consumo. A julgar, porém, pela absoluta hegemonia dos marqueteiros nas campanhas e debates é difícil saber se o que estamos em vias de eleger é um programa de governo, aliás sonegados, ou uma estratégia de marketing. E se os marqueteiros dos dois contendores fossem invertidos, como teria transcorrido a eleição?

Marina tentou romper com a lógica da maximização de votos a qualquer preço e deu com os burros n'água. O marketing selvagem falou mais alto do que o apelo ao discernimento; a exploração da credulidade, a mentira calculada e a excitação do medo levaram vantagem. Como diria o poeta latino Petrônio, se o povo quer ser enganado, então deixemo-lo ser enganado.

Uma coisa, porém, é eleger-se, outra governar. Na democracia representativa o poder efetivo é exercido por poucos em nome de todos. Seja quem for eleito e seja como for os problemas não desaparecerão a golpes de marketing. O novo governo será refém de uma dupla herança.

Na política, uma nação polarizada e cindida ao meio em facções hostis, com a bomba-relógio do petrolão pronta para explodir. Na economia, o fracasso inapelável da nova matris. Dobrar a aposta nesse caminho significará não só inflação, recessão e fuga de capitais, o que já se anuncia, mas por em risco ganhos de inclusão social dos últimos 20 anos.


Eduardo Giannetti é formado em economia e em ciências sociais pela USP e PhD em Economia pela Universidade de Cambridge, Inglaterra. Foi professor na Faculdade de Economia de Cambridge, na FEA-USP e no Insper São Paulo. É autor de artigos e livros, entre eles: "Vícios privados, benefícios públicos?" (1993); "Autoengano" (1997); "Felicidade" (2002) e "A ilusão da alma" (2010).

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Boechat: O Lula tem ido a um nível de loucura assustador em seus discursos

Hoje quinta-feira (23), Ricardo  Boechat em sua participação no programa matinal da BAND Cafe com Jornal afirma que, um dia após a eleição, nada mudará na vida do brasileiro. "As mudanças ocorrerão com o passar dos anos e podem levar até décadas". Boechat também afirma que o Bolsa Família não corre risco de vida, como Lula afirmou em um discurso. Por fim, o jornalista questionou o fato do ex-presidente estar afirmando que a mídia está atacando o PT.  Veja o vídeo abaixo publicado no site UOL. 

Ambição faz Dilma dizer coisas em que não o crê, diz FHC em entrevista a Folha de São Paulo


Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, nesta campanha, Dilma Rousseff (PT) mostra até que ponto a "ambição pelo poder" leva um político a mentir para ganhar uma eleição.
"Ela não pode acreditar no que está dizendo. É verdade que fizemos a estabilização, que iniciamos os programas sociais. Dizer que não, para ganhar a eleição, me entristece", afirmou à Folha.
Nesta entrevista, FHC fala das chances de seu candidato Aécio Neves (PSDB) vencer a disputa ao Planalto e elogia a "lealdade" do tucano ao defender seu governo (1995-2002), algo que José Serra e Geraldo Alckmin não fizeram nas eleições anteriores.
Marlene Bergamo 29.jan.2014/Folhapress
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante entrevista, no Instituto FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante entrevista, no Instituto FHC
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Folha - Pesquisas mostram que Aécio Neves chega à reta final com menos força do que quando começou o segundo turno. O que aconteceu?
Fernando Henrique Cardoso - O que aconteceu com a Marina Silva [PSB]? Foi submetida a um bombardeio enorme. O bombardeio em cima do Aécio é enorme também. Ele tem resistido bem. Se for ver a quantidade de afirmações sobre o Aécio, sobre o PSDB ou sobre o meu governo que são falsas... E ainda assim ele chega competitivo. Os dados da pesquisa não são a palavra final. Ainda temos quatro dias.
O PT usou seu governo para desgastar Aécio. O sr. acha que a avaliação de sua gestão prejudica os candidatos do PSDB?
Se fosse isso, Aécio não estaria onde está. Veja, qual foi a tática do PT? Demonizar tudo o que fizemos. Nunca fui favorável à privatização indiscriminada, nunca quis privatizar o Banco do Brasil ou a Petrobras. Vejo a presidente Dilma se rebaixar a dizer que eu ia mudar o nome da Petrobras...
Aécio diz que esta é a campanha de mais baixo nível mais baixa desde a redemocratização. O sr. concorda?
Difícil dizer. O ataque maior hoje não é nos debates. É nas redes sociais. Eles dizem de tudo.
Dizem que o eleitor não gosta, mas a pancadaria funcionou com a Marina...
Aécio tem uma virtude: resiliência. Está em pé, com tudo isso aí. Agora fizeram uma nova distorção, que ele é agressivo. Ele não agrediu a Luciana Genro (PSOL). Disse que ela tinha feito uma coisa leviana. Isso não é agressão. Se você trata as mulheres com respeito, toma a sério as palavras que elas dizem. Respeitar a mulher é tomá-la como um competidor à altura.
Em seu aniversário de 80 anos, Dilma mandou carta elogiosa ao sr. Agora, na campanha, ela o critica. Essa mudança de postura o surpreendeu?
Nunca ataquei a Dilma pessoalmente. Discuto a política dela. Eu fiquei um pouco, digamos, entristecido de ver até que ponto a ambição pelo poder leva as pessoas a dizerem o que não creem. Ela não pode acreditar no que está dizendo. É verdade que nós fizemos a estabilização, que iniciamos os programas sociais. Dizer que não, para ganhar a eleição, me entristece. Que o Lula diga, não me incomodo. Ele diz qualquer coisa, é macunaímico'. Mas não considero a Dilma macunaímica'. A respeito.
Por que o sr. acha que Aécio conseguiu chegar mais longe do que José Serra (2002 e 2010) e Geraldo Alckmin (2006)?
Dizem que ele decidiu enfrentar as questões [críticas do PT à gestão de FHC]. Não acho que seja tanto isso. O que foi feito por mim, pertence à história. Agora, ele mostrou uma coisa que o povo valoriza: lealdade. Não fugiu da briga. E isso mostra caráter: esse cara tem lado'.
E Serra e Alckmin?
Não culpo nem Geraldo, nem Serra. Eles tinham lado também. O momento não era favorável. Não adianta dizer as coisas quando as pessoas não querem ouvir. Lula passou dez anos tentando destruir o que fiz. Neste momento, como a situação piorou, as pessoas abriram os ouvidos.
Esta semana, Lula comparou os tucanos aos nazistas.
Ele deu declarações no passado de que tinha admiração pelo Hitler [numa entrevista à Playboy, em 1979, Lula disse que admirava a obstinação do líder nazista, não sua ideologia]. Vou chamar o Lula de nazista por isso? Ele é inconsequente, diz qualquer coisa.
Lula usou a comparação para dizer que os tucanos querem destruir o PT...
O PSDB quer ganhar a eleição, não destruir o PT. O Lula inverte os argumentos.
Marina Silva deveria ter cargo num governo Aécio?
Não sei se a Marina iria querer participar, mas as ideias dela têm que estar presentes, se não por ela, por alguém.
Aécio tem usado o escândalo da Petrobras para atacar o governo Dilma, mas o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, foi citado como beneficiário do esquema.
A menção é de um advogado que diz que o cliente disse isso. É muito vago. Tem que investigar, mas é muito vago e eu não posso ir além.
A presidente costuma rebater as acusações de Aécio dizendo que, no seu governo, nada era investigado...
Não é verdade. Não tinha base para seguir adiante. Alguns foram para a Justiça. Não tinha nada.
O PT diz que a corrupção aparece mais agora porque o governo Dilma investiga...
A defesa deles é: O outro também fez". Isso é ruim, deseduca. A repetição leva à crença de que todo mundo participa desse sistema.
Aécio prega o fim da reeleição, que o sr. instituiu...
Não vou me opor. Pessoalmente, sou favorável ao sistema de reeleição. Acho que é cedo para mudar.
A falta de água em São Paulo pode prejudicar Aécio?
Foi feita uma pesquisa interna e ela mostra que o eleitor votaria de novo em Alckmin para governador, então...
O sr. mora em Higienópolis, é abastecido pelo Cantareira. Tem água em casa?
Em casa tem. Sou econômico em tudo, até na água!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Apoiadores de Dilma usam foto da Venezuela para ilustrar “onda vermelha” em Recife
A foto de um comício de Hugo Chávez, na Venezuela, foi replicada como se fosse do ato de Dilma em Goiana, norte de Pernambuco. Os responsáveis pelo compartilhamento foram o vice-prefeito de Recife, Luciano Siqueira, a vereadora Marília Arraes e o senador Humberto Costa. No Twitter, uma militante alertou o “equívoco”.
Via Site Implicante

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