sábado, 13 de dezembro de 2014

2014, o ano de Sérgio Moro por Tosta Neto, 12/12/2014


Tosta Neto (Escritor e Historiador) - Colunista do Outro Olhar
    O ano ainda não terminou e, deparamo-nos com a seguinte pergunta: quem foi a personalidade do ano?  Em ano de Copa do Mundo e de eleições presidenciais, a lógica aponta que busquemos um nome no futebol ou no ambiente político. Com o insucesso da seleção de Felipão e em meio ao lodaçal do “Petrolão”, sem muito esforço de raciocínio, um nome surge no horizonte da previsibilidade: Sérgio Moro, o juiz que conduz com maestria e rigor a “Operação Lava Jato”.
    Quem é Sérgio Moro? A priori, um nome que provoca calafrios nos abutres que devoraram o fígado da Petrobras.  Profissional devotado à causa da eficiência da cega justiça, referência nacional na investigação de lavagem de dinheiro; juiz que faz jus a Têmis, além de honrar o Poder Judiciário. Ser destemido que enfrentou e enfrenta com altivez os anseios dos poderosos que sangraram os cofres da nossa ex-maior empresa. É importante enfatizar, que os “petroleiros” almejam desesperadamente transferir o processo para o Supremo Tribunal Federal. Qual é o motivo dessa transferência? Consoante a indicação de novos ministros, o PT aparelhou o STF, objetivando aliviar a pena dos “mensaleiros” e absolver vindouros réus, cúmplices das falcatruas governamentais.
    O juiz Sérgio Moro nos traz a sensação passageira e tênue que o peso da justiça atinge a todos. Apesar dos avanços dos últimos anos, a justiça brasileira é benevolente no tocante aos mais ricos. Um exemplo entre muitos: os “inocentes” e “incorruptíveis” mensaleiros José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno – as encarnações de Sócrates, Platão e Aristóteles da ética política – usufruem das benesses da prisão domiciliar. Esta trindade deveria ocupar uma cátedra cativa no Panteão das Divindades da Honestidade. Por isso, alguns militantes do PT os exaltam como heróis nacionais. Poupe-me! Santa hipocrisia! Não precisamos de heróis! Eternamente grato Bertolt Brecht pela frase: “infeliz a nação que precisa de heróis”.
    O juiz Sérgio Moro precisará manter-se rijo e reto contra a corja que assaltou a Petrobras. Águas turvas e agitadas surgirão nas trilhas do impávido juiz. Por sinal, o PT já está realizando uma devassa sobre a vida de Sérgio Moro, partido que é especialista na arte de destruir reputações daqueles que desafiam seus interesses espúrios. O célebre Joaquim Barbosa e o ex-procurador geral da República, Roberto Gurgel, foram difamados pelo PT, por causa da atuação firme destes representantes legítimos do judiciário no processo do “Mensalão”. O PT será inclemente na incumbência de desqualificar Sérgio Moro nos mais diversos âmbitos, do pessoal ao profissional.
    Sérgio Moro foi predestinado para liderar a investigação da página mais suja e corrupta da história do Brasil, um esquema que revelou o desvio de recursos públicos cujo volume roubado supera o PIB de inúmeros países. Destarte, daqui a 50, 100 e 200 anos, quando o ano de 2014 for pesquisado pelos historiadores, o nome de Sérgio Moro estará visível em letras maiúsculas e em negrito. Infelizmente, o câncer da corrupção não será extirpado na sua totalidade, todavia, a “Operação Lava Jato” é uma experiência exemplar na tentativa de combater esta doença que assola o Brasil.

Tosta Neto, 12/12/2014

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