terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Tosta Neto (Escritor e Historiador) - Colunista do Outro Olhar

    Brasil, meu Brasil fagueiro, país da alegria e do “tapa nas costas”, nação do futebol e do “vamos deixar para amanhã”, terra do Carnaval e do “fulano rouba, mas beltrano e sicrano também roubaram”, paraíso tropical frutificado de bananas e jabuticabas. Brasil, meu Brasil cachaceiro, país da complacência com a corrupção e do “Lulinha, paz e amor”, nação desabitada e do “minha casa, minha vida”, terra da saúde doente e do “mais médicos”, inferno terrestre recheado de “Mensalão” e “Petrolão”. Seja bem-vindo a República dos Abacaxis.
    Nesta república, tudo é permitido, mentir para o eleitorado durante a campanha, ser cúmplice de pilhagem dos cofres públicos, assinar um laudo falso e autorizar a compra duma refinaria decrépita nos Estados Unidos, usurpar o erário do Estado para perpetuar o partido no poder, conceder entrevista enquanto candidata no Palácio do Planalto, organizar festas juninas e churrascos na Granja do Torto (residência presidencial), deslegitimar o papel da mais alta corte do Poder Judiciário, distribuir aleatoriamente cargos aos “companheiros”, pagar multas do “Mensalão” com recursos do “Petrolão”... Ufa! É verbo que não acaba mais! Cansei de tanto verbalizar!
    A “presidenta” da República dos Abacaxis é deveras desastrada na condução da política externa, tão desastrada que defendeu o diálogo com o Estado Islâmico, este último, o grande câncer do século XXI, pois decapita jornalistas, comercializa e estupra mulheres, enterra crianças cristãs vivas, entre outras atrocidades. É inconcebível dialogar com um grupo que não tem o mínimo senso de humanidade. Uma sugestão para a “presidenta”: negociar pessoalmente com os líderes do Estado Islâmico. Vale salientar, que a “presidenta” tem os pré-requisitos básicos que a habilitam para tal negociação: mulher, não é islâmica, ocidental e chefe do maior país católico do mundo.       
    O escracho da política externa também manifestou-se nas últimas semanas, quando a “presidenta” se ausentou do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, ao preferir participar da posse de Evo Morales para o terceiro mandato na República da Coca; em certa ocasião, Morales nacionalizou empresas da Petrobras, nacionalização que expressou a subserviência do governo brasileiro. Notoriamente, as exportações da República dos Abacaxis tropeçaram em 2014, logo, a presença em Davos seria uma boa possibilidade para tentar reverter o quadro de déficit na balança comercial buscando novas parcerias com as grandes potências econômicas. Esqueci uma questão fundamental: na contabilidade da República dos Abacaxis déficit transforma-se em superávit; agora entendo o porquê da ausência da “presidenta” no Fórum Econômico Mundial.
    Na República dos Abacaxis, o povo está a pagar a conta – aumento vertiginoso do preço dos combustíveis – das roubalheiras na Petrobras. Igualmente, a falta de investimentos no setor elétrico resultou na elevação ionosférica da tarifa de energia, todavia, segundo alguns asseclas do partido da “presidenta”, São Pedro é o único responsável pela carestia das contas de luz. Numa espécie de itinerário de Sísifo, os impostos não cansam de escalar o Monte Everest, cuja carga rochosa é carregada pelo elo menos abastado da sociedade. Enfim, o governo se mostra inepto, incompetente e obscuro, e a população por sua vez, acaba descascando os abacaxis. Salve a República dos Abacaxis.


Tosta Neto, 09/02/2015.

0 comments:

CURTA!