domingo, 2 de agosto de 2015

    No auge do nazismo, vários estudos científicos foram incentivados no intuito de se provar a superioridade da raça ariana sobre os demais povos do planeta. O reconhecimento das características e potencialidades do corpo foi um dos campos em que o nazismo tentava sustentar logicamente as suas teorias. A esse respeito, sabemos que todo esse interesse acabou produzindo teorias equivocadas que não se restringiam somente ao povo alemão.
    Durante a Segunda Guerra Mundial, Heinrich Himmler, o mais importante chefe de segurança do Estado Nazista, incentivou a criação de prostíbulos no interior dos campos de concentração. Por meio da exploração sexual, o dirigente nazista criou um sistema de bonificação que cedia a companhia de prostitutas aos homens encarcerados. Segundo o próprio Himmler, o ato sexual teria uma enorme capacidade de revigorar o trabalhador e ampliar a sua produtividade.
    Para criar esses bordéis nos campos de concentração, os membros da SS agenciavam várias estrangeiras acusadas de se voltar contra o regime nazista. Entre as recrutadas também haviam as alemãs consideradas “antissociais”, como desempregadas, pedintes e alcoólatras. A promessa inicial era de que eles se submeteriam ao trabalho sexual por apenas seis meses e depois seriam libertadas. Entretanto, uma vez cooptadas, ficariam ali por muito mais tempo que o combinado.
    De acordo com o pesquisador Robert Sommer, a aposta nos bordéis teve início no campo de concentração de Mauthausen, em 1942. Em pouco tempo se estendeu também para os campos localizados em Dachau, Sachsenhausen, Ravensbrueck, Buchenwald e Auschwitz. Ainda em 1945, ano em que os alemães já não tinham qualquer poder de reação militar, um último prostíbulo fora criado em Mittelbau-Dora, local onde ficava um polo de fabricação dos foguetes V2.
    Apesar de ativos, os bordéis nazistas eram alvo de um rígido processo de controle e utilização. Os guardas da SS, os prisioneiros de guerra russos e os judeus não poderiam desfrutar das trabalhadoras sexuais sob nenhuma hipótese. Além disso, o trabalhador encampado que tivesse esse direito somente poderia ter a companhia de uma prostitua que fosse da mesma nacionalidade. Deveras, podemos ver que os ideias de pureza e segregação racial também se estenderam a essa lastimável prática dos nazistas.


   (Por Rainer Souza / Fonte: História do Mundo)



Sobre o Autor:
Tosta Neto Tosta Neto é Escritor, Historiador e Colunista do Outro Olhar.

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