sábado, 4 de junho de 2016

Lula escalou Dutra para 'esvaziar' CPI da Petrobrás, afirma Cerveró

Em delação premiada, tornada pública pelo Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira, 2, o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró (Internacional) afirmou que em 2009 o então presidente Lula escalou o ex-senador José Eduardo Dutra (PT/SE) para 'esvaziar' a Comissão Parlamentar de Inquérito aberta para investigar desvios na estatal petrolífera.
Dutra havia sido presidente da Petrobrás (2003/2005), no primeiro mandato do petista. Ele havia exercido o mandato de senador pelo partido entre 1995 e 2003. Entre 2010 e 2011 presidiu o PT. Dutra morreu em 2015, aos 58 anos.
"Em 2009, foi instalada no Congresso Nacional uma CPI sobre a Petrobrás", relatou Cerveró, no dia 7 de dezembro de 2015. "Na época, José Eduardo Dutra era o presidente da BR Distribuidora. Em razão da CPI, o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu a José Eduardo Dutra a missão de participar do 'esvaziamento' da CPI da Petrobrás.
"Segundo o delator, José Eduardo Dutra - embora não fosse mais senador - 'era muito bem conceituado como político, tendo facilidade de diálogo, inclusive com a oposição, apesar de ser do PT'. "Que, então, para cumprir essa missão, José Eduardo Dutra deixou a presidência da BR Distribuidora", afirmou Cerveró.
Outro delator da Lava Jato, o engenheiro Paulo Roberto Costa - ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás - revelou aos investigadores que mandou pagar R$ 10 milhões a um dos integrantes da CPI, o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB), morto em 2014. A CPI foi encerrada em 18 de dezembro de 2009. Guerra era um dos onze integrantes da comissão - três eram da oposição e acusaram, na ocasião, o governo de impedir as apurações.
Ao ser instalada, a CPI mirava sete empreendimentos da Petrobrás, entre eles as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco - primeiro alvo da força-tarefa da Lava Jato na Petrobrás.
A revelação de Cerveró sobre o suposto empenho de Lula em 'esvaziar' a CPI da Petrobrás está no Termo de Colaboração 11/12, que aborda especificamente o tema 'indicação para a Diretoria da BR Distribuidora e distribuição de atividades na BR Distribuidora'.
Nesse trecho de sua delação, Cerveró contou que em 2008 foi exonerado da Diretoria Internacional da Petrobrás, mas em razão de ter viabilizado a contratação da Schahin como operadora da sonda Vitória 10.000 - quando ainda ocupava aquele posto - 'havia um sentimento de gratidão do Partido dos Trabalhadores para com o declarante'.
Cerveró apontou detalhes desse capítulo emblemático do PT, alvo de uma das etapas da Operação Lava Jato - o empréstimo de R$ 12 milhões, que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, tomou junto ao Banco Schahin, em outubro de 2004.Segundo Bumlai, o PT foi o destinatário final do montante. A Polícia Federal e a Procuradoria da República sustentam que, em troca, o Grupo Schahin ganhou contrato com a Petrobrás de US$ 1,6 bilhão, em 2009, para operar o navio sonda Vitória 10.000."Essa contratação objetivava a quitação de um empréstimo do PT, perante o Banco Schahin, garantido por José Carlos Bumlai", afirmou Cerveró. "Como reconhecimento da ajuda do declararante nessa situação, o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva decidiu indicar o declarante parra uma diretoria da BR Distribuidora, a Diretoria Financeira e de Serviços."

COM A PALAVRA, O INSTITUTO LULA:

Já respondemos essa questão nessa nota de 12 de janeiro:http://www.institutolula.org/lula-ja-esclareceu-a-pf-ilacoes-de-delator que traz informações de depoimento feito pelo ex-presidente disponível no seu blog desde dezembro.
Repudiamos as menções sobre José Eduardo Dutra, que não tem como se defender de ilações feitas por delatores em negociação de perdões judiciais.

(Fonte: MSN Notícias)

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