sábado, 30 de julho de 2016

Por que agir contra desastres climáticos é um gesto de paz

São Paulo - Secas e enchentes históricas, furacões furiosos, incêndios e temperaturas recordes ocorrem a uma frequência inédita em todo o mundo, causando perdas de milhares de vidas e atrasando o desenvolvimento econômico e social por anos, se não décadas.
Mas os efeitos nefastos de um mundo em aquecimento não param por aí. Um novo estudo sugere que os desastres climáticos podem aumentar o risco de conflitos armados em países com alta diversidade étnica.
Pesquisadores do "thinktank" alemão Climate Analytics e do renomado Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK) usaram uma abordagem estatística para analisar os dados das últimas três décadas relativos a conflitos armados e fenômenos como enchentes e secas extremas.
Embora cada conflito seja resultado de uma mistura complexa e específica de fatores, os pesquisadores verificaram que o surto de violência em países etnicamente divididos está muitas vezes ligado às catástrofes naturais, que podem funcionar como gatilhos para tensões sociais latentes.
Segundo o estudo, publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, quase um quarto dos conflitos ocorridos em países divididos coincidiram com calamidades climáticas, que causaram deslocamento de populações, redução de recursos naturais e espaços habitáveis e maior violência.
Os pesquisadores esperam que os dados ajudem na criação de políticas de segurança que levem em conta o aquecimento global e o aumento dos desastres naturais, bem como os riscos dos conflitos e migrações associados a fenômenos extremos.
Afinal, várias das regiões expostas a conflitos no mundo, especialmente na África e Ásia, são excepcionalmente vulneráveis ​​às mudanças climáticas e caracterizam-se por divisões étnicas profundas.
Nesse sentido, agir contra as mudanças climáticas seria, também, um gesto pela paz.

(Fonte: Exame.com)

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