terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Biohacking: seremos todos ciborgues?

Ciência, biologia e tecnologia combinam-se em dispositivos capazes de melhorar a qualidade de vida do ser humano

Responda rápido: qual a diferença entre um robô, um androide e um ciborgue? A gente explica. Um robô é uma espécie de dispositivo eletrônico, eletromecânico ou biomecânico capaz de realizar tarefas de maneira autônoma, mas acionados ou controlados por um humano. Uma máquina capaz de realizar a pintura da lataria de um automóvel em uma linha de produção é um ótimo exemplo.
Já um androide é como o C3PO da série Star Wars. De maneira simples, é um robô com forma humana. Por fim, temos os ciborgues, que são justamente o contrário de um androide. Ou seja, é um humano com peças de robô, uma combinação de partes orgânicas, mecânicas e até eletrônicas.
Fato é que, apesar de parecerem algo surreal, muitos ciborgues já estão entre nós. Pense bem: uma pessoa que utiliza uma prótese mecânica, por exemplo, faz uso da tecnologia para melhorar a sua própria biologia.
Seguindo essa ideia de “aprimoramento corporal” está o conceito chamado de biohacking. São pessoas que adotam fórmulas, aplicativos, suplementos e, o mais radical de tudo, gadgets subcutâneos capazes de melhorar a qualidade de vida e tornar o ser humano mais inteligente, produtivo e saudável.
Apesar de já ser uma realidade, podemos dizer que, atualmente, a técnica é praticada de maneira livre, sem diretrizes claras. Isso porque a maior parte desses dispositivos não possui aprovação médica para ser aplicada e/ou experimentada. A saída, então, é apelar para o clássico “faça você mesmo”, com todas as incertezas e riscos.
A seguir, confira o que já é possível nesse universo underground e, quem sabe, em breve estará disponível aos meros mortais aspirantes a ciborgue.

Saúde blindada
Desenvolvido por Tim Cannon, o dispositivo batizado de Circadia 1.0 monitora e emite relatórios periódicos sobre o funcionamento do corpo. O principal benefício da invenção é detectar possíveis fraquezas do sistema imunológico, agindo preventivamente e evitando o desenvolvimento de doenças. 
O jovem americano também foi a cobaia do seu próprio experimento. Com a ajuda de um body piercer, Tim instalou o dispositivo em seu antebraço. O gadget pode ser sincronizado com smartphones e tablets e é recarregado via wireless. Entretanto, contém uma bateria que, caso vaze, pode espalhar pelo corpo uma solução alcalina fatal – nesse caso, o Circadia 1.0 não terá nada a fazer.

À flor da pele
Um dos artefatos mais comuns no universo dos biohackers é a aplicação de um pequeno imã de neodímio nas pontas de um ou vários dedos da mão. A maioria dos adeptos dizem utilizar o experimento para entender como o cérebro incorpora novas sensações – sensíveis a ondas eletromagnéticas, o imã proporciona uma “coisinha a mais” quando está próximo de itens eletrônicos.

Vejo cores em você
Enxergar o mundo em preto e branco fez com que Neil Harbisson tomasse uma decisão um tanto quanto radical: instalar, literalmente, uma câmera em sua cabeça para reconhecer as diversas possibilidades de cores.
Para lidar com a sua acromatopsia, o britânico desenvolveu um sistema capaz de converter uma tonalidade em um tom musical. Com auxílio médico, o aparelho foi aplicado em seu próprio crânio. Feliz com o resultado de seu experimento, Neil fundou a Cyborg Foundation, uma instituição que fomenta a pesquisa de dispositivos e promove debates sobre o assunto.

Chip de mágica
O gadget tem o tamanho de um grão de arroz e o poder de automatizar – ainda mais – as nossas vidas. Utilizando sinais de rádio, ele tem a capacidade de destravar um smartphone, abrir uma porta ou até ligar uma lâmpada. Basta que o seus usuários façam, simplesmente, nada.

Concentração potencializada
Para representar o Brasil em um evento chamado Hack The Brain, no ano passado, alunos da UFRJ desenvolveram o sistema Open BOI. A novidade possui pequenos eletrodos que são colocados na cabeça e promovem uma análise da atividade cerebral. Baseado nessas informações, o aparato altera a iluminação do ambiente com diferentes cores que, consequentemente, elevam o grau de concentração do usuário.

HD zerado
Saindo do universo dos gadgets eletrônicos, muitos estudiosos apontam que alguns ajustes na nossa rotina de alimentação, descanso e lazer podem provocar verdadeiras revoluções no nosso corpo. Um dos principais é o americano David Asprey, que vem desenvolvendo e testando diversas técnicas para que possa viver até os 180 anos de idade. Dentre as mais conhecidas está a fórmula do orgasmo, uma conta simples que prevê o intervalo ideal que devemos aguardar entre um orgasmo e outro, e o seu café amanteigado especial, que de acordo com relatos, apresenta uma combinação perfeita entre gorduras e cafeína capaz de estimular o cérebro, melhorando sensivelmente o sistema cognitivo. Aceita uma xícara?

(Fonte: Galileu)

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