quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Como Bahia e Vitória viraram 'compradores' no mercado

O portão de desembarque do aeroporto Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, nunca esteve tão movimentado como em 2017.
A dupla Ba-Vi virou 'compradora', superou a concorrência de outros clubes por reforços e inicia o ano sonhando alto. Mais agressivos, os dois geram ceticismo por suas atuações no mercado e até mesmo dúvidas sobre possível endividamento futuro. Não é difícil entender, ainda assim, por que eles são capazes hoje de atrair nomes como Allione, Cleiton Xavier e Dátolo.
Entre 2011 e 2015, as receitas dos principais clubes brasileiros cresceu 67% de forma geral.
No Bahia, ela aumentou 142% no período, com a estimativa da maior receita bruta da história tricolor neste ano, R$ 99,6 milhões.
Enquanto isso, o Vitória viu, por sua vez, o seu orçamento chegar a R$ 83,4 milhões, mais do que o triplo do que faturava em 2011, R$ 34 milhões.
Não por acaso, o rubro-negro baiano 'roubou' protagonismo nesse início de temporada ao bater o pé e exigir o pagamento da multa rescisória para a saída de seu principal destaque em 2016, Marinho. Ela foi estabelecida em 5 milhões de euros (R$ 16,9 milhões).
Em reunião na sala do diretor Sinval Vieira, Marinho e seu agente, Jorge Machado, foram surpreendidos ao escutar 'não' para o seu adeus abaixo da cifra.
O meia-atacante chegou a se irritar e chutar a porta ao se retirar do local.
É uma nova postura. A transferência de Marinho para a China, mesmo assim, é tida como certa. Deve encaminhar 2,5 milhões de euros (R$ 8,4 milhões) aos seus cofres e representar uma economia de R$ 200 mil mensais em sua folha. Até aqui, a liberação de Diego Renan, Victor Ramos, Zé Love e outros gerou um alívio de mais de R$ 700 mil.
Com orçamento de R$ 49 milhões para o seu futebol profissional, quase R$ 10 milhões a mais que 2016 e uma previsão de gasto salarial em torno de R$ 3 milhões por mês, o Vitória, então, se lançou ao mercado.
Entre outros, fisgou Cleiton Xavier, ex-Palmeiras, Dátolo, ex-Atlético-MG, e Leonardo Pisculichi, ex-River Plate. Ainda briga pela chegada de uma camiseta 9 de peso para fechar o seu elenco. Promete bancá-los, em parte, com uma política que democratizará o clube e abrirá as suas portas cada vez mais aos sócios - foram cortados privilégios aos conselheiros em prol disso.
Se na última temporada os R$ 40 milhões de luvas do acordo de TV fechada com o Esporte Interativo tiveram peso decisivo para bancar um trio ofensivo de R$ 900 mil mensais - Hernane Brocador (R$ 250 mil mais bônus), Thiago Ribeiro (R$ 285 mil) e Renato Cajá (R$ 300 mil mais luvas) -, o Bahia terá R$ 62 milhões para o seu grupo principal em seu retorno à Séria A, uma fração disso, R$ 8 milhões, em contratações.
Até aqui, pôs dinheiro nas compras de Edigar Junior, ex-Atlético-PR, e Zé Rafael, ex-Coritiba.
Ainda trouxe Allione, ex-Palmeiras, Pablo Armero, ex-Udinese, e 'Gustagol', ex-Corinthians, e mais quatro. Sondou o veterano Arouca, mas descartou em virtude da experiência ruim com Thiago Ribeiro.
O Bahia conseguiu zerar o seu endividamento bancário, se livrou das antecipações de receita e se encontra hoje em situação mais confortável. A ponto de brincar, segundo o seu diretor financeiro-administrativo Marcelo Barros, que o jogador mais caro do clube é a dívida trabalhista, que custa R$ 500 mil mensais.
Sob controle, ela não freia, contudo, os investimentos do clube, que encaminhou a compra em definitivo de um CT moderno, a Cidade Tricolor, e segurou o assédio do Inter sobre o volante Juninho, seu principal nome em 2016. Ele ganhava R$ 40 mil mais auxílio moradia e passará a receber em torno de R$ 100 mil ao renovar contrato.
Ainda está reservado um montante em seu orçamento para trazer um nome de peso para completar a sua linha de frente.
Não resta dúvida: uma dor de cabeça mais do que bem vinda para Guto Ferreira e Argel Fucks.

(Fonte: ESPN)

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