terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Nietzsche ensina como lidar com o excesso de informações

Se vivesse hoje, o filósofo não seria do tipo que fica com 10 janelas do navegador abertas

Até os anos 1950, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) despertava pouco interesse nos departamentos de filosofia nas universidades. Porém, mais recentemente, tornou-se um pensador popular não somente entre pesquisadores, mas também entre o público geral. Nas livrarias, há mais títulos com seu nome do que de qualquer outro grande filósofo. Parte disso se deve ao fato de que Nietzsche escrevia muito bem. Ele ficou famoso por seus textos curtos, que iam de uma frase a algumas poucas páginas. Além do mais, o autor tinha coisas interessantes a dizer sobre praticamente qualquer assunto.
Seus livros costumam fazer referências a vários autores de sua época, de diversas áreas — inclusive compositores musicais. À primeira vista, Nietzsche parece valorizar o excesso de informação. Mas não se engane: se vivesse hoje, dificilmente o filósofo seria do tipo que fica com 10 janelas do navegador de internet abertas ao mesmo tempo ou vê alguma vantagem nessa história de multitask. "Para ele, conhecimento vasto não tem nada a ver com dados aleatórios reunidos sem critério, como fazemos hoje em dia ao navegar pela web”, afirma Douglas Burnham, professor de filosofia da Universidade de Staffordshire, no Reino Unido.
Para Nietzsche, as pessoas precisam conhecer um pouco de música, literatura, artes. Mas não podem perder tempo demais soterradas em detalhes sobre cada tema. “A maior parte do dia deve ser dedicada a conhecer a fundo um determinado assunto. E isso não significa passar o dia inteiro lendo sobre ele”, afirma Burnham. Se você se interessa por engenharia, por exemplo, saia à rua, compare construções, procure pessoas que entendem mais do que você sobre o assunto. Em outras palavras: se Nietzsche estivesse vivo hoje, certamente diria: use o Google, mas com parcimônia.

(Fonte: Revista Galileu)

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