quarta-feira, 26 de abril de 2017

“Reforma Trabalhista: entre a realidade e a ficção” por José Júnior

O debate sobre as reformas ganhou corpo nos últimos dias. Importante! Pois todos devemos procurar saber e conhecer as propostas que podem influenciar nosso futuro. Porém é interessante todo cuidado com as enxurradas de textos de grupos de “WhatsApp” que mais desinforma do que informa, os chamados “Fake News”.
Na Reforma Trabalhista, por exemplo, já saiu de tudo um pouco. Que vai acabar com isso, com aquilo. E não é bem assim... O principal foco da reforma é dar flexibilidade às Leis Trabalhistas, trocando em miúdos, permitir que empresas e trabalhadores celebrem acordos dependendo das demandas de cada categoria e com a intermediação dos sindicatos. Um exemplo da otimização desses acordos, ocorreu durante a atual crise que trabalhadores e empresas negociaram e evitaram o fechamento de várias fábricas e a demissão de muitos trabalhadores em diversas regiões do país. Flexibilizar é também tornar a legislação mais atual, datada de 1943, a CLT foi criada na época em que o Brasil era completamente agrário. Hoje o Brasil está dentro de uma cadeia produtiva global e vivenciando a Era da Informação, onde existe uma diversidade inumerável de relações de trabalho completamente diferenciadas das de outrora.
Tão importante quanto proteger os direitos dos trabalhadores é propiciar um bom ambiente de negócio para que empreendedores e empresas invistam.  Em muitos casos em função da rigidez das leis, os empregadores se retraem devido aos custos de contratação e aos possíveis processos trabalhistas e contratam um número menor de trabalhadores, ou seja, são menos empregos. Pequenas, médias e grandes empresas quando são acionadas pela Justiça do Trabalho, invariavelmente, já sentam no banco dos réus como se fossem vilões execráveis e que devem ser punidas indistintamente.   
Um caso bem simbólico no nosso contexto regional é a famosa empresa Lagoa do Morro (Agribahia). A Lagoa do Morro não foi embora só por causa da seca, um dos fatores importantes que mobilizou a empresa ir embora foi a rigidez do Ministério do Trabalho na época. Mesmo sendo uma empresa exemplar que respeitava seus trabalhadores e gerava muitas divisas para o município de Brejões, os fiscais do trabalho quase sempre vinham bater à porta da empresa cada vez fazendo mais exigências e procurando algum tipo de falha para aplicar multas. Pois... Pois... A empresa não resistiu aos imbróglios trabalhistas e as intempéries e foi-se embora.
Outro exemplo, esse em escala nacional, é de empresas brasileiras que recentemente arrumaram as malas, cruzaram a fronteira e foram produzir no Paraguai. Isso mesmo! Empresas brasileiras perceberam que é melhor produzir no país vizinho do que aqui em função dos crescentes encargos.
Cuidado com posicionamentos sobre a Legislação Trabalhista, pois ao dizer não à reforma podemos está mandando nossos empregos para os paraguaios.
A dica é a seguinte: antes de formar opinião sobre as reformas trabalhistas e também previdenciária leia, pesquise, investigue bastante para não se deixar levar pelos textos apócrifos e pelos “Fake News”.


José Júnior, 26/04/2017

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