segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Brancos usam cota para negros e entram no curso de medicina da UFMG

Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" deste domingo (24) aponta que dezenas de estudantes brancos estão conseguindo ingressar no curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) através do uso fraudulento do sistema de cotas da entidade. Leia a matéria da Folha aqui, assinada por Jairo Marques.
A publicação cita uma série de casos. Entre eles, está o do estudante Vinicius Loures, de 23 anos, calouro de Medicina. Ex-modelo, Loures tem pele e olhos claros e cabelos loiros.
Apesar disso, se autodeclarou negro na inscrição, o que lhe concedeu os benefícios do sistema de cotas instituído há oito anos na UFMG. Questionado pela "Folha de S.Paulo", Loures disse que não iria se posicionar.
Outros casos citados pela reportagem são das calouras Bárbara Facchini, de 19 anos, e Rhuanna Laurent, de 20. Elas preferiram não se manifestar. 
Posicionamento da UFMG
À publicação, a UFMG disse estar ciente de possíveis desvios em seu programa de ações afirmativas e também se comprometeu a aperfeiçoar o sistema de cotas. A instituição disse, ainda, que investiga as denúncias oficializadas. Segundo a UFMG, caso seja constado o uso de ação fraudulenta, os estudantes terão a matrícula cancelada.
Com o sistema de cotas, os candidatos que se declaram como negros, pardos ou índios concorrem a a vagas já pré-selecionadas para esta seleção inclusiva, o que, normalmente, gera uma nota de corte menor do que a média.
Revolta
A reportagem da "Folha de S.Paulo" também mostra o caso da estudante Poliana Faria Fradico, 25 anos, negra, que precisou aguardar sete meses em lista de espera para ser chamada a ingressar em uma vaga na medicina da UFMG.
"Quando você vê uma pessoa de pele branca e olhos azuis entrar na sua frente, porque se autodeclarou negra de uma forma absurda, a sensação é de extrema revolta", afirmou ao jornal.
Posicionamento do DA
O diretório acadêmico de Medicina da faculdade se manifestou afirmando que a UFMG precisa encontrar maneiras de coibir este tipo de fraude. 
Relembre
Há precedentes em expulsões de alunos acusados de fraudar o sistema. Em junho deste ano, sete estudantes foram expulsos da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia por apresentarem documentos falsos, alegando serem membros de comunidades quilombolas, para ingressar na instituição.
Três anos atrás, um aluno acusado de fraudar o sistema de cotas para passar no vestibular de medicina da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) foi expulso da instituição. A denúncia foi baseada através de depoimentos de colegas do próprio curso. 
*O TEMPO

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